Sabes o que é um Milkrun e quais são os seus benefícios?

O Milkrun, também conhecido como Milk-run, Milk round, Mizusumashi, Lechera ou Petite train, é uma das ferramentas lean aplicada na(s) linha(s) de produção que contribui para a eliminação de desperdícios desnecessários. Esta ferramenta consiste geralmente num pequeno comboio de vagões que, seguindo um itinerário de distribuição previamente estudado e otimizado, aprovisiona os diversos postos de trabalho de uma planta de produção em séries curtas e variadas.

 

Sabes como evoluiu o abastecimento interno até ao Milkrun?

Este pequeno comboio, criado pela Toyota, é o resultado de anos de evolução na busca do modelo de abastecimento interno mais eficiente para aprovisionar os postos de trabalho com a filosofia Lean. Em 1955, a Toyota introduziu pela primeira vez a figura de uma pessoa dedicada exclusivamente à distribuição de material (material handler) em quantidades exatas para os diferentes postos de trabalho, evitando assim os deslocamentos dos operários.

Esta separação entre as operações logísticas e as de valor acrescentado resultou num aumento da produtividade. Ao obter bons resultados, a Toyota continuou o desenvolvimento desta ferramenta, que em 1977 passou a ser um comboio multiparagem. Com os anos, este sistema foi incorporando melhorias até se tornar na ferramenta que é hoje em dia. Estas melhorias constantes também foram realizadas para adaptar esta ferramenta aos diferentes setores industriais. Como resultado, atualmente diversas metodologias Lean, como o Milkrun, são usadas diariamente na maioria dos setores industriais a nível mundial.

O que me proporciona um Milkrun?

O Milkrun foca-se no acompanhamento do Takt time para garantir que se pode cumprir a produção em séries curtas, variadas e de sequência variável, características da Lean Production. Este modelo de aprovisionamento cíclico proporciona grandes melhorias ao processo produtivo de uma planta que já utilize metodologias Lean.

Produtividade e variabilidade

Como principais melhorias destaca-se a redução da variabilidade provocada pela padronização da rota e dos prazos de distribuição. Este facto evita os picos e mínimos de trabalho dos operários devido à introdução de um abastecimento constante, o que resulta numa melhor eficiência e, consequentemente, num aumento da produtividade, que costuma estar em torno de 20%.

Número de operários e carga de trabalho

A padronização mencionada no ponto anterior facilita o cálculo da carga de trabalho. Sem grandes picos e variações no tempo, permite ajustar melhor o número de operários, melhorando assim a sua eficácia e reduzindo os tempos mortos. Dado que no design de um Milkrun se terão em conta todas as referências, lotes e prazos de entrega necessários, será possível determinar a carga necessária de trabalho e, consequentemente, o número de operários logísticos necessários.

Redução da superfície utilizada

A entrega apenas do material a utilizar entre duas passagens consecutivas (Just-In-Time) do pequeno comboio provoca uma poupança direta na superfície utilizada na planta de produção. O facto de evitar o fornecimento de material que não será usado naquele momento pode resultar numa redução do espaço até 50% na planta. Este aspeto é ainda reforçado pelo facto de que, ao entregar lotes mais pequenos, os corredores destinados ao aprovisionamento podem ser mais estreitos, uma vez que a maquinaria utilizada pode ser de menor dimensão.

Eliminação de tempos mortos

A entrega constante de pequenos lotes de material diretamente no posto de trabalho oferece a possibilidade de variações rápidas no elemento a produzir, eliminando assim as esperas por mudanças de materiais. Por outro lado, a entrega de material pelo pessoal logístico diretamente no posto de trabalho dos operários de produção evita os deslocamentos desnecessários para buscar material por parte desses operários, o que provoca um aumento na sua produtividade.

 

Queres evitar erros comuns?

Ao desenhar e implementar um Milkrun, existem muitas possibilidades, mas também vários aspetos a ter em conta para um desenvolvimento bem-sucedido. Em primeiro lugar, é necessário conhecer na totalidade a planta onde se pretende incorporar o Milkrun (postos de trabalho, número de referências, tempo de ciclo, dimensão dos elementos, etc.). Uma vez conhecidos estes aspetos, pode-se aplicar um método iterativo que consiste na definição da frequência de abastecimento, na definição da quantidade por embalagem, no modo de aprovisionamento de cada componente, no cálculo dos contentores a transportar, no cálculo da carga de trabalho e do número de trabalhadores, no design dos vagões padrão e, finalmente, na padronização da rota de distribuição. Sendo um processo de melhoria contínua, este método pode ser aplicado quantas vezes forem necessárias, sempre partindo do caso anterior.

Na Leanbox, entendemos que realizar estes passos sem os conhecimentos ou aconselhamento necessários pode levar a uma perda de produtividade, por isso oferecemos o aconselhamento necessário em cada fase do processo. Se estás interessado na aplicação de um Milkrun, consulta o seguinte link para ver as possibilidades que oferecemos para a implementação de um Milkrun.

 

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